CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

terça-feira

EU QUERIA TRAZER-TE UNS VERSOS MUI LINDOS


INTRODUÇÃO AO BLOG
QUERIDO MARIO QUINTANA


Há muito pensava em como retribuir os milhares de versos que deixas-te para nosso encantamento, em uma vida dedicada à poesia. Decidi que divulgar sua obra através deste instrumento chamado Blog e que certamente não conheceste, seria uma forma de realizar meu desejo. Não sei se, aí onde estás, aprovaria esta minha iniciativa uma vez que eras avesso às modernidades. Datilografar com um dedo de cada mão foi sua maior concessão à tecnologia. Atirei-me à empreitada e aqui está seu Blog materializando-se. Sim, teu Blog que além de tuas poesias e tuas crônicas, conta detalhes de sua vida curiosa. E tu que estais entre os 5 maiores poetas brasileiros (só a Academia Brasileira de Letras não reconheceu isso) trazes para estas páginas leitores do mundo inteiro.

Assim nasce o Quintana Eterno. Eterno porque a boa poesia, assim como a boa música, a boa arte são eternos. E eterno serás com certeza poeta. Após teres embarcado naquele barquinho de nuvens, que olhavas através de tua janela, estás aí a desfrutar as delícias da eternidade, tentando consertar alguns versos tortos enquanto os mortais aqui em baixo continuam a ler e admirar seus versos perfeitos.

Bem meu querido Mário, espero estar criando um blog à altura de sua importância para o Brasil, para a língua portuguesa e para o mundo. Espero que os apaixonados por ti se sintam satisfeitos e os que não te conheciam passem a amá-lo como nós, seus leitores de tempos, o amamos.

Bernardo


Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!


Trago-te palavras, apenas...
e que estão escritas do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana
Extraído do livro "Quintana de bolso", Editora LP&M Pocket - Porto Alegre (RS), 2006, pág. 59, seleção de Sergio Faraco.
Quintana caminha em Porto Alegre - Foto Dulce Helfer

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