CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

sexta-feira

POEMAS CURTOS

Quintana escreveu uma infinidade de poemas curtos, quadras e pensamentos que mostram muito de sua personalidade. Seu sinismo em relação a dogmas é mais latente nesses pequenos poemas, que o deixariam indignado se eu os chamasse de poeminhas. Apresento abaixo alguns todos retirados do livro Velório Sem Defunto:


Nos solenes banquetes
Nos solenes banquetes de próceres internacionais
- em especial sobre desarmamentos -
O aparte mais espontâneo
é o riso de prata de uma colherinha
Que por acaso tombou no chão!


Da Imparcialidade
O homem - eternamente escravo de suas paixões pessoais -
Ë absolutamente incapaz de imparcialidade.
Só Deus é imparcial.
Só Ele é que pode, por exemplo,
Abençoar, ao mesmo tempo,
As bandeiras de dois exércitos inimigos que vão entrar em luta...


Madrigal
Tu és a matéria plástica de meus versos, querida...
Porque, afinal,
Eu nunca fiz meus versos propriamente a ti:
Eu sempre fiz versos de ti!


Estranheza
Os vivos e os mortos
Sempre tivemos uma coisa em comum:
Não acreditamos muito uns nos outros...


Um novo Cântico dos Cânticos
Vamos compor, ó Bem-Amada, um novo Cântico dos Cânticos:
"Tu louvarás unicamente a ti!
Eu louvarei unicamente a mim!"
(É tão sincero quanto o outro, não achas?...)


Reflexão para o dia de finados
Morrer, enfim, é realizar o sonho
que todas as crianças têm...
O motivo? Só elas sabem muito bem:
Fugir... fugir de casa!


As despedidas
Nas despedidas
O mais doloroso é que
- tanto o que fica como o que vai embora -
Poem-se os dois a pensar:
"Meu Deus! quando é que parte o raio deste trem!"




 

Um comentário:

Unknown disse...

nossa,, primeira vez que entrei nesse site mais fikei muito emocionada com as palavras curttas mas que faz lindos sentidos parabens