CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

quarta-feira

POEMA DA CIRCUNSTÂNCIA


Foto Liane Neves

É muito interessante essa dicotomia de Quintana. Ao mesmo tempo em que amava a sua Porto Alegre, cidade que escolheu para viver toda a sua vida, sentia a falta das pequenas cidades interioranas. Talvez fosse isso mesmo que o fazia viver em Porto Alegre, esse cultivar da nostalgia que o tornava produtivo como poeta.
É celebre aquele seu pensamento:

Cidades grandes: dias sem pássaros, noites sem estrelas.

POEMA DA CIRCUNSTÂNCIA
Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros,
nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas
gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte
Á janela onde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore...Enquanto há verde,
Pastai, pastai, os olhos meus...
Uma grande árvore muito verde...Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como um último olhar de um condenado!

De: Apontamentos de História Sobrenatural

Um comentário:

Anônimo disse...

este seu poema foi feito com muito amor,isso eu tenho certeza.bom parabêns ficou muito legal.